Instituto de Terras do Estado de São Paulo não pode acabar
Conheci o Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) na Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo, com o secretário Dr. Paulo Dimas. Fiquei impressionado ao conhecer o extraordinário trabalho dessa fundação viabilizando o sucesso de milhares de pequenos agricultores. Em 2019 a Fundação Itesp permitiu que mais de 1.600 famílias no campo gerassem cerca de RS$ 309 milhões produzindo alimentos, além de acompanhar outros 3.500 agricultores dos programas do Incra.
Além da assistência técnica na produção de alimentos, ocorre em paralelo educação para a sustentabilidade, dignidade de vida, uma autêntica ação de cidadania, ou como conversamos com o Prof. Dr. Ray Goldberg, de Harvard, o criador do agronegócio, doravante precisamos de cidadania, o novo agronegócio será uma agrocidadania.
Existem ameaças de extinção do Itesp. Estamos num momento onde muito mais do que programas assistencialistas, para que os pequenos empreendedores e trabalhadores sobrevivam na pandemia, precisaremos de suporte e apoio para que os pequenos consigam superar e viver com dignidade do fruto do seu trabalho.
Ensinar a pescar acima de doar peixes. O Instituto de Terras do Estado de São Paulo é um êxito sobre assentados de reforma agrária, quilombolas e ainda regularizando as propriedades com impacto em 200 cidades, e permitindo que os assentados agricultores familiares acessem o Pronaf e plantem, produzam e vivam do fruto do trabalho, muito além de viverem de doações do assistencialismo, são eles que doam participando do programa de aquisição de alimentos.
Se os pequenos não ficarem grandes, os grandes não existirão. Cooperativismo, crédito, educação e assistência técnica é fundamental, ao lado da justiça, cidadania e da lei. O Itesp não pode acabar, é um caso de sucesso na gestão dos assentamentos, quilombolas, micros e pequenos agricultores familiares no Estado de São Paulo. Soluções criativas público privadas, precisamos planejar e criar para iniciativas como a Fundação Itesp serem multiplicadas pelo país.
A Hora do Agronegócio, hora de cuidar de 88% dos produtores do país, são os pequenos, se os pequenos não tiverem dignidade, os grandes não existirão.