Tecnologia no campo: oportunidade de empreender atrai jovens
Uma das principais tendências no agronegócio é o empreendedorismo na área da tecnologia, responsável pelo desenvolvimento de soluções rápidas e mais rentáveis para problemas do campo. Esse foi o tom da mesa-redonda “A Era do empreendedorismo e tendências de consumo” no terceiro dia do YAMI – Youth Agribusiness Movement International, nesta quarta-feira, 28/10.
O movimento do empreendedorismo ganhou força no setor, principalmente por iniciativas encabeçadas por jovens que estão sempre atentos às inovações. Presente na discussão, a fundadora e CEO da Orchestra Innovation Center, Nathália Secco destacou os desafios deste campo e a importância do jovem profissional conhecer a fundo o mercado e suas particularidades.
“O agronegócio é muito profissionalizado, por isso quem se arrisca nessa área precisa conhecer a fundo o setor. É preciso ter em mente que no campo do empreendedorismo as incertezas são diárias, ainda mais em um momento como esse de transformação digital. Acredito que o empreendedorismo e as inovações são capazes de solucionar todos os problemas do campo, por isso temos que estar preparados para entender como essas tecnologias trarão eficiência para o negócio”, afirmou Secco.
Nascido na Noruega, mas desde 2013 no Brasil, o founder da Eva Scientific (Engenharia de Tecidos), Andreas Kaasi destacou as oportunidades que encontrou no país para desenvolver seu trabalho. “Os jovens brasileiros possuem muitas oportunidades de investimentos públicos e privados para colocar suas ideias em prática. O importantes é pensar ‘fora da caixa’. Usar o empreender como um aliado e se manter motivado ao longo do processo. Teremos muitas oportunidades no mundo pós-pandemia”, ressaltou Kaasi.
Trazendo um relato europeu para o painel, o diretor geral da AJAP – Associação dos Jovens Agricultores de Portugal, Firmino Cordeiro destacou o desafio do velho continente, tendo em vista o envelhecimento da população. “Somos uma nação muito ligada ao agro, com diferentes tipos de agriculturas desenvolvidas nas diversas regiões do nosso território, mas nosso setor sofre com a falta de jovens e suas inovações. Essa nova geração deve agarrar as oportunidades e criar suas próprias empresas, observando as tendências de consumo, que hoje estão mais focadas na saúde física e mental”.
Jovens mais engajados com as causas do mundo
Neste novo cenário de consumo pode-se dizer que a nova geração está mais preocupado com o seu entorno, tornando-se mais engajada e seletiva. A professora doutora e presidente da Fundação Verakis, Juliana Grazini dos Santos trouxe para o debate as mudanças do consumo, que foram potencializadas pela pandemia e as oportunidades para o agro nesse contexto.
“O consumidor está cada vez mais sensível ao que come e neste campo o agronegócio encontra um mundo de oportunidades. Hoje, os fast foods como conhecíamos perderam espaço. As pessoas continuam, sim, em busca de alimentação rápida, porém procuram opções mais saudáveis e o agro é o principal fornecedor desta comida”, analisou Grazini.
“Temos que encarar como um desafio entender o quanto e como esses novos empreendedores e as tecnologias podem auxiliar na resolução dos grandes problemas do mundo, como o crescimento da fome mundial. A nova geração precisa direcionar seu trabalho para combater questões tão graves como essa”, argumentou engenheiro agrônomo, Bolsista da Nuffield International, Ollavo Tinoco.
“O jovem do agro tem um mundo de oportunidades na área de consumo, que estão diretamente ligadas ao campo e à produção rural. Desde o início da história da atividade o setor oferece muita realização técnica e oportunidades de carreiras. Por isso, não importa do que você gosta, pois muito provavelmente você tem espaço para exercer no agronegócio”, finalizou o professor e colaborador do Programa Interunidades de Biotecnologia, da Universidade de São Paulo, Joaquim Machado, que moderou o debate.
*com informações da assessoria de imprensa