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Conheça os homenageados da Deusa Ceres 2022

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Deusa Ceres 2022

Os premiados da Deusa Ceres 2022

17 de abr de 2023 Notícias

A diretoria e os conselhos da Associação de Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo (AEASP) se reuniram no dia 30 de novembro de 2022 para definir os nomes dos homenageados da Deusa Ceres 2022. Associados e entidades ligadas ao setor agro enviaram sugestões de nomes com suas respectivas justificativas, analisadas pela AEASP. A cerimônia de entrega das láureas será realizada em 21 de junho, no anfiteatro do Crea-SP, na capital paulista.

A cerimônia Deusa Ceres é a concretização do trabalho diário da AEASP de valorização da categoria agronômica e o prêmio é uma forma de reconhecer a contribuição dos profissionais com presença destacada em vários segmentos. As láureas concedidas aos escolhidos são a Estátua da Deusa Ceres, principal galardão do evento, entregue ao Engenheiro Agrônomo do Ano, além das Medalhas Fernando Costa e Joaquim Eugênio de Lima.

Nesta edição, a AEASP também fará uma homenagem especial a Alysson Paollineli, que receberá a láurea de Engenheiro Agrônomo da Paz. É na cerimônia Deusa Ceres, realizada anualmente, que os homenageados recebem os prêmios das mãos dos membros da AEASP, diante de uma plateia repleta de autoridades, empresários, de seus pares profissionais e de familiares.

A AEASP concedeu o primeiro título de Engenheiro Agrônomo do Ano em 1972, sendo o prêmio mais antigo da entidade.

Já a Medalha Fernando Costa passou a ser entregue aos selecionados em 1991, contemplando diversas categorias. E, em 1994, foi criada a Medalha Joaquim Eugênio de Lima, específica para os profissionais atuantes na área de paisagismo. Os selecionados serão laureados na cerimônia deste ano.

Engenheiro Agrônomo do Ano

Com mais de 30 anos de carreira na área de agrodefensivos, o Engenheiro Agrônomo do Ano, João Cesar M. Rando, está à frente do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV). Rando graduou-se pela Fundação Faculdade de Agronomia Luiz Meneguel da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP). Pós-graduado em Defesa Sanitária e Administração Rural pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), também fez especialização em Gestão Avançada de Negócios pelo Instituto Europeu de Administração de Empresas (Insead).

Medalhas Fernando Costa

O homenageado com a Medalha Fernando Costa – Ação Ambiental é Luís Gustavo de Souza Ferreira. Ele se formou pela Faculdade de Agronomia e Zootecnia “Manoel Carlos Gonçalves” Espírito Santo do Pinhal (SP), em 1990. Em 1992, iniciou sua carreira pública na Casa de Agricultura de Pariquera-Açu, órgão pertencente à estrutura da Coordenadoria de Assistência Técnica (Cati) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Após passar por diversas áreas, em 2020, assumiu a direção do Departamento de Sustentabilidade Agroambiental da Cati, onde permanece. Dentre as atividades nas quais esteve à frente, Ferreira foi o responsável técnico pela Transição do Sistema Estadual do Cadastro Ambiental Rural para o Sistema Federal.

Na categoria Defesa Agropecuária, a eleita para receber a Medalha é Maria Apa recida Gazzoli Sajovic Martins. Nascida em Jaú (SP), neta de cafeicultores, ela se sentiu estimulada desde cedo a estudar Agronomia. Formada pela Faculdade de Ciências Agronômicas da Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” (Unesp) de Botucatu, possui especialização, Latu Sensu, em Cafeicultura Empresarial e Produção de Sementes pela Universidade Federal de Lavras (Ufla). Em 1984, Maria Aparecida ingressou no serviço público como assistente agropecuário na Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), Casa da Agricultura de Arealva (SP). Trabalhou com Assistência Técnica e Extensão Rural em diversas culturas. Participou da elaboração do Manual de Agrotóxicos e Afins: fiscalização do comércio, uso e destinação de embalagens vazias. E foi a primeira engenheira agrônoma da Defesa a fazer fiscalizações em bacias hidrográficas. Dirigiu o Escritório de Defesa Agropecuária de Bauru entre 2007 e 2013. No ano seguinte, se aposentou.

Maurício Konrad foi agraciado com a Medalha Fernando Costa na categoria Assistência Técnica e Extensão Rural. Graduado em Agronomia e mestrado em Produção Vegetal pela Unesp Ilha Solteira, ele foi secretário de Agricultura Abastecimento e Meio Ambiente de Adamantina (SP), entre 2005 e 2008. Atualmente participa do Grupo Técnico do Planejamento, Monitoramento e Execução do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) no Estado de São Paulo, que implantou o projeto em 160 municípios do Estado, com recursos de R$10,5 milhões, na primeira fase. O projeto está presente em 42 municípios. Konrad também participa da Comissão Técnica de Olericultura do Estado de São Paulo, onde realiza capacitações para os técnicos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (SAA), principalmente sobre rastreabilidade dos alimentos e boas práticas agrícolas.

A Medalha Fernando Costa Ensino será entregue à professora Dra. Nilva Teresinha Teixeira. Graduada pela ESALQ-USP, com mestrado e doutorado em Agronomia, na área de Solos e Nutrição de Plantas, pela mesma instituição, é coordenadora de Pesquisa e Extensão no Centro Regional Universitário de Espírito Santo do Pinhal (UniPinhal). Na instituição, Nilva é presidente da Comissão Interna de Pesquisa e Extensão e membro do Núcleo Estruturante, ambos do Curso de Engenharia Agronômica. É também professora titular das disciplinas de Bioquímica, Nutrição de Plantas e Produção Orgânica do Curso de Engenharia Agronômica e de Bioquímica e Química Fisiológica do Curso de Medicina Veterinária.

Heitor Cantarella, pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), é o contemplado com a Medalha Fernando Costa Pesquisa. Formado pela Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu, atualmente FCA-Unesp/Botucatu, é mestre e Ph.D. em Fertilidade do Solo pela Iowa State University (EUA). Ingressou no IAC em 1975 como engenheiro agrônomo, passando pesquisador mais tarde. Com a criação do curso de pós-graduação em Agricultura Tropical e Subtropical (1999), começou a atuar mais intensamente na orientação de estudantes, em nível de mestrado, doutorado e pós-doutorado e na formação e capacitação de recursos humanos, compartilhando sua experiência na produção de pesquisa agrícola voltada para a solução de problemas práticos. Os resultados de seus trabalhos de campo sobre as perdas de NH3 em diversas culturas ajudaram a definir os riscos, as fontes de nitrogênio e as melhores práticas de manejo para uso de fertilizantes no país.

Na categoria Iniciativa Privada, Geraldo Ubirajara Berger é o escolhido para levar a Medalha Fernando Costa neste ano. O engenheiro agrônomo atua no setor da indústria de insumos agrícolas, nas áreas de defensivos e produção de sementes há mais de duas décadas. Após graduação na Universidade Federal do Paraná, completou sua formação com o doutorado na Universidade do Missouri, Columbia (EUA), especializando-se na área de Genética e Melhoramento de Plantas, onde concentrou a sua atuação em empresas nacionais e multinacionais com foco na indústria de sementes. Geraldo ocupa a posição de Líder de Regulamentação para América Latina, na Bayer Crop Science, após passar pela FT Sementes e Monsanto do Brasil, sempre na área de Pesquisa e Desenvolvimento.

A engenheira agrônoma Neli Antonia Meneghini Nogueira foi agraciada com a Medalha Fernando Costa Cooperativismo. Ela é vice-presidente da Associação dos Engenheiros da Região de Jales e possui mais de 40 anos de carreira no serviço público, atuando na Cati de Jales (SP), onde ocupou diversas posições de comando. Na academia também foi atuante como professora do Curso Técnico em Agropecuária na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAVJ) da Unesp Jaboticabal e docente na Universidade Camilo Castelo Branco (Unicastelo) de Fernandópolis e nas Faculdades Integradas de Jales. É formada pela FCAVJ Unesp de Jaboticabal, mestre em Agronomia, pela mesma instituição, em Produção Vegetal. Também possui mestrados em Administração Rural e Gestão e Manejo Ambiental em Sistemas Produtivos pela Universidade Federal de Lavras (Ufla).

Já a Medalha Joaquim Eugênio de Lima de 2022 será entregue à engenheira agrônoma Maria Alice de Lourdes Bueno Sousa. Formada pela Esalq-USP, mestre em Fitotecnia e doutora em Agronomia pela mesma instituição, foi livre docente por 27 anos, em Paisagismo e Floricultura pela Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp de Botucatu. Foi segunda presidente da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana (SBAU) e primeira presidente do capítulo Brasil da International Society of Arboriculture (ISA ), entre 1995 e 1996.

Destaque Empresa Deusa Ceres 2022

O Destaque Empresa de 2022 da Deusa Ceres vai para a Biotrop Soluções em Tecnologia Biológica, de Antônio Carlos Zem, CEO e fundador da companhia. Formado em Biologia pela Universidade de São Paulo (USP), doutorado em Agronomia pela Esalq-USP, após uma carreira bem-sucedida como alto executivo de multinacionais do agro, Zem fundou a Biotrop, em 2018, calcada nos conceitos de sustentabilidade e de agricultura regenerativa. Com sedes em Vinhedo (SP) e Curitiba (PR), a empresa se consolidou como uma das líderes do segmento de insumos biológicos e vem expandindo suas atividades.

Alysson Paolinelli – O engenheiro agrônomo da paz

 Em 2021, Alysson Paolinelli foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz pela contribuição e dedicação à agricultura tropical, segurança alimentar e sustentabilidade com o apoio de diversas entidades nacionais e internacionais e personalidades de renome. A iniciativa mostra a relevância que esse nome tem para o Brasil e, por essa razão, a AEASP dedica a láurea de Engenheiro Agrônomo da Paz a Paolinelli nesta edição da Deusa Ceres.

Realizador nato, Paolinelli fez a defesa do agro ao longo de sua trajetória em todas as posições que ocupou. Atuou na academia, na política classista e partidária, em cargos executivos e eletivos. Graduado, em 1959, pela Escola Superior de Agricultura de Lavras (Esal), atual Universidade Federal de Lavras (Ufla), foi diretor, vice-diretor e diretor da mesma instituição. Presidiu inúmeras entidades do agro, foi secretário de Agricultura do Estado de Minas Gerais por três vezes, também presidiu o Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge). Foi ministro da Agricultura, deputado federal, participante da Assembleia Nacional Constituinte. É titular da Cátedra Luiz de Queiroz de Sistemas Agropecuários Integrados da ESALQ-USP e presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho).

Paolinelli se destacou por impulsionar a expansão da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural (Embrater) e vários programas de investimento na agricultura e para o desenvolvimento regional, sendo um dos principais atores da expansão da agropecuária no Cerrado. Além de fazer acordos de cooperação internacional lastreados em capital humano. Suas realizações possibilitaram a expansão do agro nacional, garantindo segurança alimentar para milhares de pessoas.

Em entrevista ao JEA, Paollinelli afirmou: “Fiquei muito honrado com a minha indicação ao Prêmio Nobel da Paz. Foi uma ação promovida por amigos, que trabalhamos juntos há tantos anos, e juntos discutíamos que o Brasil já era merecedor de um Prêmio Nobel da Paz. Acho que estes amigos foram generosos comigo ao me escolher, mas o que mais me entusiasmou e chegou a me emocionar foi quando soube da homenagem da AEASP, em São Paulo, com a láurea de Engenheiro Agrônomo da Paz. É muito importante para mim essa premiação. Vou carregá-la como uma grande homenagem.”

Ele reconhece a influência do pai em sua escolha pela profissão, mas ressalta que, sobretudo, foi vocação. “Esta vocação foi testada quando meu pai se emocionou pela minha escolha e, para comprovar, me escolheu para administrar a sua propriedade, herança de seu pai. Assim, testava se realmente eu tinha vocação. Acho que passei no teste!”, brinca.

O ex-ministro diz que não mudaria nada em sua trajetória profissional. Mas pondera em relação à carreira política. “Pode ser que na vida política, que eu não gostei, preferi não participar mais porque não a compreendi.” Ele destaca que o momento mais marcante de sua história foi ter ajudado as instituições a desenvolver programas de política agrícola especiais. “Principalmente, quando verifiquei que, em cinco anos, havíamos mudado a agricultura brasileira. O agricultor reconheceu este nosso esforço, aproveitou e transformou o Brasil na grande liderança do agro mundial que é hoje.”

A crise gerada pela dependência brasileira de importação de fertilizantes é um dos temas candentes na atualidade. Sobre isso, o decano afirma que o país precisa produzir fertilizantes. “Talvez menos químicos e mais orgânicos. Os químicos nós vamos produzir e já estamos produzindo. Mas estou mais esperançoso é no avanço, produção e desenvolvimento dos fertilizantes orgânicos, especialmente baseados na biotecnologia, onde está a grande esperança do mundo para inovar na produção de alimentos. O Brasil está na frente!”

Em relação à Embrapa, ele comenta. “Na década de 1970 fizemos todos os investimentos necessários para que a Embrapa se transformasse na maior empresa de pesquisas na área tropical do globo. Mas desde os primeiros planos econômicos, eles vieram tolhendo os recursos que a empresa precisava e a deixando em necessidade. De lá para cá estamos perdendo muito”. Ele acrescenta que a Embrapa está sendo subestimada em seu potencial. “Acho que isto é um erro grave do governo. Ele precisa não só tratá-la adequadamente como também usá-la adequadamente. A tecnologia que a Embrapa está produzindo modificou toda a produção de alimentos no mundo”, conclui.

Por Adriana Ferreira

Matéria originalmente publicada no JEA 329.