Dia Nacional da Conservação do Solo: IZ destaca importante pesquisa sobre o tema
Comemorado em 15 de abril, O Dia Nacional de Conservação do Solo foi instituído no Brasil em 1989, para aprofundar os debates sobre a importância do solo como um dos fatores básicos da produção agropecuária e a necessidade de uso e manejo sustentáveis. A erosão do solo é um grande problema que pode levar à perda do solo e da sua capacidade produtiva.
O solo é um recurso natural fundamental para a vida no planeta, sendo indispensável para produção agropecuária. Entretanto, sua degradação tem sido motivo de grande preocupação. Erosão, perda de carbono orgânico, compactação e desequilíbrio de nutrientes são as principais causas de degradação. O desenvolvimento e transferência de tecnologias para conservação do solo é um dos compromissos do Instituto de Zootecnia (IZ-Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
O uso do consórcio entre plantas produtoras de grãos e capins em sistema de plantio direto promove a cobertura do solo o ano todo, seja pelas culturas ou pela pastagem reduzindo perdas por falta de proteção da sua superfície. Evita também seu aquecimento favorecendo os microrganismos do solo, que atuam na manutenção da sua fertilidade através da ciclagem de nutrientes, melhorando a estrutura e aeração do solo, evitando sua compactação e promovendo a sua conservação.
Karina Batista, pesquisadora do IZ, relata que a consorciação é uma prática agrícola de cultivo de duas ou mais culturas no mesmo espaço e ao mesmo tempo, visando combinar eficientemente as demandas das culturas com os recursos disponíveis. “Por isso a seleção das espécies para os sistemas de cultivo consorciados ainda é um desafio, pois depende das interações entre as espécies e dos recursos disponíveis no ambiente”.
Com o objetivo de melhorar a qualidade do solo em culturas clássicas do país, Batista avaliou a qualidade microbiológica do solo em sistemas consorciados (FAPESP 2019/02387-6). “Usamos os sistemas de monocultura de soja e de milho, o consórcio de soja e de milho com capim Aruana e o consórcio de soja e de milho com capim Ruziziensis. Também avaliamos 4 doses de nitrogênio (0, 50, 100 e 150 kg ha-1) aplicadas como cobertura no milho e gramíneas na safrinha”.
Os resultados mostraram que milho ou soja consorciados com gramíneas usando quantidades adequadas de nitrogênio favoreceram a fixação de carbono e nitrogênio microbiano, estimularam atividade enzimática e redução da perda de C-CO2. Batista ressalta que o excesso de fornecimento de nitrogênio pode anular os benefícios dos sistemas consorciados, e afirma que esses sistemas podem melhorar a qualidade microbiológica do solo em pouco tempo com fornecimento adequado de nitrogênio. “Assim, o produtor pode aproveitar dos efeitos positivos dos sistemas consorciados para a implantação do sistema de plantio direto, visando a neutralização de áreas de pastagens degradadas sem a perda de rentabilidade”, conclui.
*com informações da assessoria de imprensa do Instituto de Zootecnia (IZ-Apta).