Estado de São Paulo projeta aumento no VPA de 2020
O Estado de São Paulo projeta um aumento de 8,37% no Valor da Produção Agropecuária (VPA) de 2020. Deve atingir mais de R$ 89,1 bilhões. Os dados são da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, por meio do Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA).
Esse aumento tem como causa o bom desempenho de quatro dos dez produtos que compõem a base de cálculo do VPA. O melhor resultado foi do amendoim, com quase 50% de alta (+49,81%). Em segundo lugar aparece a soja com 45,33% e da carne bovina, com mais de 28%. Esses produtos se destacaram nas exportações paulistas favorecidos pela elevada taxa de câmbio e também pelo crescimento da demanda decorrente da pandemia.
A cana-de-açúcar, primeira colocada no ranking apresentou crescimento relativamente pequeno em relação aos demais produtos (+5,76%), no entanto, devido a sua importância para a economia do Estado, o percentual representou um acréscimo de mais de R$ 1,7 bilhão ao VPA total.
O café beneficiado apresentou expressiva elevação de preço e produção, resultante de um ano favorecido pela bienalidade positiva, elevando seu VPA em 76,28%, resultado que lhe permitiu galgar uma posição no ranking subindo da 9ª para a 8ª posição entre os 50 produtos. O ovo, produto que manteve a 6ª posição no ranking estadual, acusou elevação de 14,11%.
Os preços da mandioca para indústria apresentaram-se em recuperação nesse primeiro semestre, em função da estiagem que por um período dificultou o arranquio, como também por efeito dos novos arranjos de mercado previstos por causa da pandemia. O crescimento de 6,31% deverá fazer com que o produto suba da 24ª para a 23ª posição.
Por outro lado, o VPA da carne de frango acusou forte redução (13,44%), decorrente das quedas de produção e preços, que foram fortemente afetados pela política de isolamento social a partir de março, com a decretação da quarentena e o consequente fechamento de restaurantes e outros equipamentos de alimentação. Da mesma forma, o mercado de leite foi bastante afetado, apresentando queda de 11,24% em seu VPA.
Os grupos de produtos olerícolas e de frutas frescas também foram impactados pelas medidas tomadas para fazer frente à disseminação da Covid-19, pois são grupos cujos produtos são majoritariamente consumidos frescos, apresentando alta perecibilidade. Comportamento similar pode ser observado no grupo de frutas frescas, no qual 13 dos 15 produtos considerados apresentaram redução de preços, também em níveis relevantes.
A perspectiva de médio prazo é de que o preço dos produtos que foram fortemente afetados num primeiro momento venha a subir, mesmo com a volta das políticas de isolamento em função de uma segunda onda, uma vez que os diversos setores deverão estar mais preparados, ressaltam os pesquisadores.
Fonte original: Agrolink
Texto: Eliza Maliszewski
Foto: Pixabay