Morre Alysson Paolinelli, o engenheiro agrônomo da paz
Faleceu em 29 de junho de 2023, o ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli, aos 86 anos, na cidade de Belo Horizonte (MG). Realizador nato, Paolinelli fez a defesa do agro ao longo de sua trajetória em todas as posições que ocupou. Atuou na academia, na política classista e partidária, em cargos executivos e eletivos.
Graduado, em 1959, pela Escola Superior de Agricultura de Lavras (Esal), atual Universidade Federal de Lavras (Ufla), foi diretor, vice-diretor e diretor da mesma instituição. Presidiu inúmeras entidades do agro, foi secretário de Agricultura do Estado de Minas Gerais por três vezes, também presidiu o Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge). Foi ministro da Agricultura, deputado federal, participante da Assembleia Nacional Constituinte. É titular da Cátedra Luiz de Queiroz de Sistemas Agropecuários Integrados da ESALQ-USP e presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho).
Paolinelli se destacou por impulsionar a expansão da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural (Embrater) e vários programas de investimento na agricultura e para o desenvolvimento regional, sendo um dos principais atores da expansão da agropecuária no Cerrado. Além de fazer acordos de cooperação internacional lastreados em capital humano. Suas realizações possibilitaram a expansão do agro nacional, garantindo segurança alimentar para milhares de pessoas.
Em 2021, Paolinelli foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz pela contribuição e dedicação à agricultura tropical, segurança alimentar e sustentabilidade com o apoio de diversas entidades nacionais e internacionais e personalidades de renome. A iniciativa mostra a relevância que esse nome tem para o Brasil e, por essa razão, a AEASP dedicou a láurea de Engenheiro Agrônomo da Paz a Paolinelli na 51ª Cerimônia Deusa Ceres, ocorrida em 21 de junho deste ano.
Em entrevista recente ao Jornal do Engenheiro Agrônomo, edição 329, Paolinelli afirmou: “Fiquei muito honrado com a minha indicação ao Prêmio Nobel da Paz. Foi uma ação promovida por amigos, que trabalhamos juntos há tantos anos, e juntos discutíamos que o Brasil já era merecedor de um Prêmio Nobel da Paz. Acho que estes amigos foram generosos comigo ao me escolher, mas o que mais me entusiasmou e chegou a me emocionar foi quando soube da homenagem da AEASP, em São Paulo, com a láurea de Engenheiro Agrônomo da Paz. É muito importante para mim essa premiação. Vou carregá-la como uma grande homenagem.”
Ele reconheceu a influência do pai em sua escolha pela profissão e ressaltou que, sobretudo, obedeceu a sua vocação. “Esta vocação foi testada quando meu pai se emocionou pela minha escolha e, para comprovar, me escolheu para administrar a sua propriedade, herança de seu pai. Assim, testava se realmente eu tinha vocação. Acho que passei no teste!”, brincou.